As coisas científicas que menos gosto de fazer

Ser investigador@ é muito giro. Ser assistente de investigação ainda mais. E é ainda mais giro quando temos que fazer aqueles relatórios de progresso para a FCT, a dar conta da boa ciência que fazemos.

Nesses relatórios não podem constar aquelas coisas que nos ocupam a maior parte do tempo, como tirar fotocópias, convocar reuniões, reservar salas, retroprojectores, responder a e-mails estúpidos, cumprimentar senhores doutores que já estão mais para lá do que para cá (de novo aquela coisa de ter que dar dois beijinhos a seres que não gostamos e ainda por cima, adoram pôr a mão na perna ou na mãozinha, quando tenho o azar de ficar sentada ao lado de um deles, em algumas reuniões), fazer traduções dos abstracts dos senhores doutores que não sabem inglês ou não estão para se maçar, corrigir textos de português do Brasil para português de Portugal, enviar não sei quantas vezes o paper que se mandou antecipadamente, e mais um sem número de coisas muito pouco interessantes.

Mas o que menos gosto de fazer é escrever as actas das reuniões intermináveis. Actas com um número de pessoas que eu não sei quem são (pois nunca metem os pés na faculdade), actas que nunca são lidas (só lêem a parte das presenças, para confirmarem que aqui a bolseira não se esqueceu de assinalar as suas ilustres presenças), actas onde poucos abriram a boca, actas onde basicamente se regista "Inês ficou encarregue de". E este post termina aqui, o dever chama-me e lá vou eu escrever mais uma acta, pois há mais uma reunião para a semana, e convém, talvez, que a acta da última reunião esteja feita para ficar nos anais do centro de investigação que é mais pequeno que o meu quarto, mas que tem mais actas por metro quadrado do que computadores, livros e recursos, aspectos que eu achava que eram bem mais importantes e prioritários para qualquer centro de investigação e faculdade, sejam estes de que tamanho forem. Sejam estes Laboratórios de Estado ou Unidades de Investigação. Sejam públicos ou privados.