The Chubby Kids

Existe uma menina chubby na minha rua, chamada “Máaaaaarisa”, mais precisamente no prédio à frente do meu, que passa as manhãs a chamar a atenção dos seus pais autistas e moucos, que não lhe ligam nenhuma.
Da sua varanda que dá directamente para a janela do meu quarto, a irrequieta chubby sopra para uma flauta, sem qualquer talento musical, (Pedro não me venhas dizer que é a sua veia Zorn) e ultimamente, está a desenvolver com uma perícia irritante, a mania de cantar.
Não tem havido uma santa manhã, em que ela não esteja desde as 8 da madrugada, a gritar qualquer coisa como “sou rica em sonhos e pobre, pobre, pobre em ouro”. Nessas alturas qualquer hipótese de instinto maternal que exista em mim é totalmente reprimida, e do chavão “o melhor do mundo são as crianças” opto antes por “a televisão mata ou a televisão me mata”, e penso seriamente em oferecer aos pais da chubby Máaaaaaaaaaarisa o livro do Jerry Mander “Quatro argumentos para acabar com a televisão” e uma listagem de todos os ATLS que existam nas proximidades.

Em Odeceixe demos de cara com um chubby kid bem mais divertido que a Máaaaaaaarisa. Era o mestre irrequieto dos mergulhos “bomba” e corria de um lado para o outro, sem parar, sem se importar se ainda teria os seus calções de banho bem vestidos. Esse sim, era divertido.