quinta-feira, maio 31, 2007

O Chipre

é muito parecido com Portugal, com a Grécia e com um filme do Kusturica. Quer dizer que é muito lindo e muito feio ao mesmo tempo. No Chipre não há passeios, há desordenamento urbano, os homens são muito feios, as mulheres percebe-se aquela coisa do "perfil grego". A comida é magnífica. E a comida magnífica. Magnífica. Fez seres como eu que nunca almoçam, almoçar todos os dias.
A moeda é a libra cipriota o que inflacciona tudo. Correspondem o preço em euros exactamente à mesma numeração cipriota. Portanto, 1€ =1 libra (2€). Mas nem me posso queixar. Descobri que o turismo científico é uma coisa simpática, sobretudo quando se tem um chefe decente.
O símbolo nacional do Chipre é o burro. E os gatos. Há muitos gatos pelas ruas, dormem por todo o lado e andam bem tratados. Também parece haver uma obsessão nacional por bonecos de peluches cor-de-rosa pink. Sobretudo por poodles de peluche cor-de-rosa pink.
O que é pouco cor-de-rosa-pink é a Linha Verde, a linha que separa a parte grega da parte turca do Chipre, que é em Nicosia, cidade onde estive. Quem gere a linha verde são as Nações Unidas, com 800 capacates azuis. No fundo, as UN gerem aquilo que ninguém pode tocar ou que é passível de disputa entre cipriotas gegros e cipriotas turcos (como o antigo aeroporto de Nicosia). Em todo o território verde não há nada. É toda uma extensa linha de espaço vazio. O que também explica, que em Nicosia, bem perto da antiga muralha e da divisão, as casas estejam desabitadas e degradadas. A divisão criou centenas de refugiados e sente-se, por todos os lados - da comida, à arquitectura -que o Chipre alberga centenas de identidades e culturas. Tanto parece um país do mediterrâneo, um qualquer país de Leste, como uma grande Medina.

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