Num rasgo de demasiada confiança (regada a vinho argentino, pois claro) deixei escapar ao meu orientador, que com isto do FMI e da crise, que talvez - eu disse talvez - começasse a pensar num post-doc. Assim que pronunciei o sonoro post-doc arrependi-me. Vi imediatamente uma satisfação indisfarçavel, daquelas raras que se vê na cara de um orientador. Tenho para mim que os orientadores, por um lado, nao se querem ver realmente livres de nós (porque somos instrumentos necessarios para lhes afargarmos o ego académico, pois fazemos acreditar que afinal ainda são necessários, assim como se fossem uma espécie de guias espirituais na nossa vida), como por outro - e isto é praticamente uma certeza -  nunca mais sairei da universidade. E tudo isto é muito bonito e lalala, e sim, é verdade, que apesar de tudo, gosto desta porcaria, mas caramba, não esquecer que fui posta na escola aos 3 meses.