Um concerto do Jorge Palma é como comer um kinder-surpresa. Nunca sabemos o que podemos encontrar.
Não foi um não-concerto, como dizia a Teresa, mas também não foi um concerto no real sentido do termo. Sobretudo, pior é ter que reconhecer que quando ele está sóbrio, canta francamente pior, desafina até nos doer os ouvidos. Porque há concertos, como já vi em tempos (não me lembro é quando) em que está visivelmente embriagado, dá-lhe para a depressão e agarra-se ao piano, cantado todos as boas músicas do “Só”. E aqui sim, temos concerto. Um bom concerto.
E depois há momentos, onde parece uma barata tonta no palco, a deixar cair as violas, a dizer piadas secas e a dizer que não é cantor. E normalmente, com um público que grita coisas como “Dá-lhe!” e ele embarca na palhaçada, continuando a fazer-se de parvo. E ainda há o outro público, que lhe perdoa sempre – como eu - e pronto, encolhe os ombros, esperando que para a próxima seja melhor.O que vale é que não paguei para o ver.
* post originalmente publicado na Rádio Pirata